Mauro Cid escreveu e apresentou “minuta do golpe”, diz Jeffrey Chiquini

A minuta é atribuída pela acusação ao cliente de Chiquini, Filipe Martins. O advogado aponta para o encontro do documento no computador do delator para reafirmar que “o verdadeiro golpista se chama Mauro César Barbosa Cid.” O advogado ainda aponta um envio da chamada minuta entre dois celulares do próprio tenente-coronel. Mauro Cid também teria, de acordo com Jeffrey, escrito a carta aos comandantes das Forças Armadas.

A sustentação oral ainda aponta que Cid buscou a delação justamente para ocultar a autoria dos documentos. Com isso, segue o advogado, “Mauro Cid teve em suas mãos o controle de toda a narrativa que envolve Filipe Martins”, classificado por ele como muito mais do que um delator.

Nos slides, a defesa exibiu uma lista provisória de viagens, fornecida por Cid na delação premiada. Mauro Cid teria o controle das listas, em documento editável. Buscando a delação, segue a defesa, ele fornece a lista, como prova de que Filipe Martins teria saído do Brasil. Com isso, a Polícia Federal pediu a prisão de Filipe Martins. O delegado Fábio Shor, responsável pela investigação, “utiliza de um documento provisório”, sendo “conivente com a narrativa de Mauro Cid”, argumenta.

Chiquini classifica a situação de Martins: “Preso por uma viagem que não fez, denunciado por uma minuta que não existe e hoje será julgado por uma reunião em que não participou”, argumentou, atribuindo as acusações a Mauro Cid. “Mesmo assim, passou seis meses preso, dez dias em uma masmorra”, referindo-se à solitária.

A ação penal nº 2693 (núcleo 2) é parte de um conjunto de cinco processos. As ações falam em uma suposta organização criminosa, criada com o objetivo de aplicar um golpe de Estado no Brasil. Além de organização criminosa, golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, a acusação aponta os crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, por conta das manifestações de 8 de janeiro de 2023.

Neste núcleo, os fatos apontados são a construção da chamada “minuta do golpe”, um suposto plano para assassinar autoridades e a acusação de bloqueio de rodovias no Nordeste para impedir votos ao então candidato Lula (PT).

São seis os réus do núcleo 2:

A Primeira Turma é formada por Flávio Dino (presidente), Cármen Lúcia (decana), Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes. Há uma cadeira vaga, em razão da transferência de Luiz Fux para a Segunda Turma, a pedido do próprio.

Fonte: Gazeta do Povo

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