A dança das prioridades e a segurança nacional
A cena política brasileira, sempre efervescente, nos presenteou com uma série de movimentos que revelam tanto as prioridades, por vezes ambíguas, do Executivo, quanto a atuação firme, mas complexa, do Judiciário em questões de ordem pública. De vetos polêmicos à sanções estratégicas, passando pela manutenção de bloqueios a financiadores de atos golpistas, a semana sublinha a urgência de uma análise crítica sobre os rumos do país.
As incoerências da agenda feminina do governo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou, em poucos dias, uma guinada notável nas decisões que afetam a pauta feminina, levantando questionamentos sobre a coerência da sua administração. De um lado, vimos o veto presidencial a um projeto de lei crucial que visava oferecer produtos de higiene menstrual para mulheres em situação de vulnerabilidade. O deputado federal Alfredo Gaspar, do PL, não hesitou em classificar a decisão como “cruel”, e com razão. É difícil justificar a recusa em prover algo tão básico para a dignidade feminina, especialmente quando se advoga um governo voltado aos mais necessitados. A retórica progressista esbarra, neste caso, numa praticidade que parece ter sido ignorada, revelando uma gestão que, por vezes, confunde prioridades.
Paralelamente a essa medida controvertida, o presidente Lula sancionou uma lei que endurece a pena para quem descumprir medidas protetivas e amplia a proteção às mulheres vítimas de violência. Se por um lado, esta é uma ação louvável e necessária para combater a crescente violência de gênero, por outro, a simultaneidade das decisões expõe uma espécie de “andar em círculos” na política governamental para as mulheres. A impressão que fica é a de um governo que age por impulsos, buscando o aplauso fácil em uma frente, enquanto desampara em outra, sem uma linha estratégica clara e contínua que realmente eleve a condição feminina de forma abrangente e consistente. É imperativo que a política pública vá além do paliativo e abrace a complexidade das necessidades sociais. Para mais informações sobre a sanção, veja a notícia em sites como o InfoMoney.
Justiça em ação e o desafio da segurança pública
Na esfera do Judiciário, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reiterou sua posição de rigidez ao votar pela manutenção do bloqueio de contas bancárias e outras medidas cautelares contra os investigados por financiar os atos golpistas de 8 de janeiro. A firmeza do STF na apuração e punição de quem tentou subverter a ordem democrática é fundamental para a estabilidade institucional, enviando um recado inequívoco de que ações antidemocráticas não serão toleradas. Contudo, a extensão e a duração de tais medidas cautelares exigem um constante balanço para não ferir princípios constitucionais individuais, uma preocupação legítima dentro de um Estado de Direito que preza pela proporcionalidade.
Por sua vez, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que o Projeto de Lei (PL) de segurança nas escolas, a ser enviado ao Congresso, terá foco em saúde mental e cyberbullying. A iniciativa demonstra um reconhecimento tardio, porém necessário, de que a segurança escolar transcende a mera vigilância física, abrangendo o bem-estar psicológico dos alunos e a crescente ameaça digital. No entanto, é crucial que essas propostas sejam acompanhadas de planos de implementação concretos, com recursos adequados e uma abordagem que envolva a família e a comunidade. A simples criação de leis, sem uma base sólida de valores e estrutura para sua aplicação, corre o risco de se tornar mais uma peça burocrática sem impacto real, como já se viu em outras ocasiões. A verdadeira segurança passa por investimentos em educação, estrutura familiar e valores éticos, e não apenas por respostas legislativas. Para detalhes sobre a proposta de Dino, acompanhe as notícias em portais como o G1.
Em suma, a semana reflete um Brasil que caminha a passos incertos em sua governança. As decisões do Executivo oscilam entre o socialmente relevante e o pragmaticamente questionável, enquanto o Judiciário se mantém vigilante na defesa da ordem. É premente que nossos líderes abandonem a lógica das prioridades voláteis e se engajem em um plano de governo coeso, responsável e que de fato enfrente os desafios do país com seriedade e visão de futuro, sem flertar com o populismo ou a incoerência.
Fonte: Coluna de opinião – Notícia SC


